Por Devanyse Mendes/ASPJ-PE
Roberto Santos, presidente da ASPJ-PE
Na verdade, o que foi proposto pelo TJPE não atende necessariamente os interesses dos servidores, no entanto temos que reconhecer que houve muitos avanços, principalmente os de natureza não econômicas. A gente sabe que a pauta econômica previa um pagamento de perdas salariais, que estava beirando 30%, fora o IPCA, e na verdade essa proposta atinge tão somente 9.45, parcelado até setembro de 2019. No entanto, eu chamo atenção, como deixei claro na Assembleia, de que todos esses fatos se dão por que em alguns momentos a gente teria que ter uma atitude mais proativa. Por isso, pedimos a reflexão da categoria para que haja unidade, para que haja sindicalização, empenho de todos os servidores e que daqui para frente a gente assuma o compromisso de acompanhar para que o reajuste dos servidores seja contemplado no orçamento e, ao mesmo tempo, que possamos discutir a questão das perdas salariais. É importante que a gente traga isso à tona e cobre do Tribunal o pagamento desse período em que os servidores ficaram sem reajuste.
Alexandre Nunes, vice-presidente da ASPJ-PE
Este ano, nós tivemos uma campanha longa e exaustiva, mas tivemos algumas conquistas, principalmente na pauta sem impacto financeiro. Nós conseguimos a imunidade do representante sindical, declarada pelo Tribunal; o desconto em dobro do plantão, conseguimos passar dos 3 dias para 5 dias; e conseguimos também a tripartição das férias. A pauta sem impacto financeiro foi o bastante. Quanto a pauta com impacto financeiro, nós fomos até onde deu, infelizmente não é muita coisa, mas temos o IPCA garantido em 2019, e transformamos tudo em IPCA, por que foi determinação da Assembleia, e no ano que vem poderemos questionar a questão dos auxílios, além de pedir mais algum reforço em cima do IPCA e já trabalhar o IPCA de 2020. Tivemos várias para paralisações, mas estamos garantidos em não ter nenhuma punição, nem processo administrativo e muito menos o ponto cortado. Então, isso é muito significativo, muito positivo dentro do meu entendimento. Gostaria de agradecer a todos os colegas pela participação e pelo empenho no movimento.
Jorge Henrique Barreto, diretor de assuntos jurídicos da ASPJ-PE
Ao longo do tempo de penosas negociações, enfrentamos muitas dificuldades e frustação, por não haver nenhuma reposição este ano. Foi gerada muita expectativa, onde até o próprio presidente falou de um reajuste entre 4% e 6%, que infelizmente acabou não acontecendo. Diante de tantas dificuldades, se conseguiu uma proposta que ficou longe do ideal, mas que no momento é o possível. A categoria acabou entendendo e resolveu aprovar, pelo menos foi o que deu para se construir nesse quadro de extrema incerteza, com ameaça de corte de ponto, paralisações e idas e vindas. Eu acho que o saldo termina sendo positivo. Essa é uma batalha que se finda no momento, mas a guerra continua e a gente tem que seguir com as conversas e tentar evoluir o máximo possível.
Gilane Raíz, diretora de patrimônio da ASPJ-PE
Eu achei interessante esse movimento, pois a categoria está se mostrando mais consciente, estamos despertando a consciência política dos colegas. Houve uma integração dos servidores da Capital e do interior. O movimento foi ordeiro, pacífico, a passeata foi muito importante, pelo grande número de pessoas e acho que agora a gente só tem que avançar, buscando o crescimento e o amadurecimento enquanto categoria. Foi importante também a aceitar a proposta agora, por que há momentos em que temos que recuar para avançar posteriormente. Eu vejo que foi positiva a posição de todos os colegas presentes.